sexta-feira, 18 de novembro de 2011

#Outra Infância.

Meu pai e sua olhavam os cavalos do patrão.
Minha mãe debruçada na panelinha,
Cozinhava a ansiedade de minha irmã faminta.
Eu sozinho, menino entre adultos
ilhados como Robison Crusoé
numa história interminável.
No meio-dia escuro as sombras de uma voz
que nos sobrevoou com o pesado orgulho dos feridos
confessavam que não tinha almoço.
Crescida, ainda dormia no berço
apertado como um feto
sem o consolo da idade.
Eu já sabia que aventura
é coisa de livro, não entra em casa.
Paulo Bentancur.

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